Lembro-me claramente da vez em que abri a prova do concurso dos meus sonhos e congelei: uma sequência de questões de português que eu jurava dominar, mas nas quais errava por detalhes. Na minha jornada, aprendi que não é falta de inteligência — é método. Eu revi minha rotina, foquei no que realmente cai em provas e, com disciplina, transformei minha nota. Hoje compartilho esse caminho para que você também chegue lá.
Neste artigo você vai aprender: o que priorizar em português para concursos, um plano prático de estudos (30/60/90 dias), técnicas para resolver questões e interpretação, materiais recomendados e respostas às dúvidas mais comuns.
Por que estudar português para concursos é diferente do estudo escolar?
Concursos cobram aplicação prática da língua em situações objetivas: entender enunciados, identificar armadilhas e interpretar texto em diferentes formatos. Não basta decorar regras; é preciso saber aplicá-las sob pressão.
Você já se perguntou por que certas questões parecem “pegadinhas”? Normalmente é por desconhecer a lógica da banca — estilo, vocabulário preferido e tipos de questões. Estudar português para concursos é, portanto, estudar regras + perfil da banca.
O que realmente cai nas provas (prioridades)
- Interpretação de texto: costuma representar a maior parte das questões. Treine leitura ativa e identificação de ideias implícitas.
- Ortografia e acentuação: erros banais costumam derrubar pontos fáceis.
- Concordância e regência: questões objetivas sobre sujeito-verbo e preposições.
- Crase e pontuação: itens de correção rápida mas frequentes.
- Classes de palavras e estruturas sintáticas: voz passiva, termos essenciais e adjuntos, período simples/composto.
- Redação (quando houver): coesão, coerência, argumentação e norma culta.
Material e autores que eu uso e recomendo
- Evanildo Bechara — por clareza em sintaxe e morfologia.
- Celso Cunha & Lindley Cintra — para regência e concordância.
- Gramáticas e manuais de redação das bancas (consultar editais).
- Provas anteriores da banca do seu concurso — leitura obrigatória. Ex.: Cebraspe (Cespe) e FGV têm arquivos de provas online (Cebraspe, FGV).
Plano prático: 30, 60 e 90 dias (ajustável conforme edital)
Primeiros 30 dias — construir base sólida
- Estude gramática básica: ortografia, acentuação, crase, concordância nominal e verbal.
- Faça 20 questões por dia de provas anteriores (tempo livre), anotando erros em um caderno de erros.
- Leia diariamente 30 minutos (artigos, editoriais, jurisprudência se for concurso jurídico).
30–60 dias — aplicar e consolidar
- Inclua regência verbal e nominal, pontuação e análise sintática prática.
- Realize simulados com tempo cronometrado (2x por semana).
- Revisões semanais usando técnica de revisão espaçada (flashcards/SRS).
60–90 dias — performance e ajustes finais
- Foque em interpretação de texto avançada, inferências e questões de ambiguidade.
- Simulados semanais em condição de prova (mesmo horário, sem interrupções).
- Reforce redação: prática de 1 texto por semana e correção criteriosa.
Técnicas que realmente funcionam (minha experiência)
- Leitura ativa: sublinhe ideia principal, conectores e intenção do autor.
- Diário de erros: registre cada erro, categorizando por tema (crase, concordância, interpretação). Volte a cada semana.
- Prática deliberada: prefira resolver questões com análise detalhada em vez de dezenas sem revisão.
- Treino sob pressão: cronômetro em simulados reduz ansiedade e melhora gestão do tempo.
- Explicação em voz alta: ensine a regra como se fosse ensinar alguém; isso fixa o conteúdo.
Como ler e resolver uma questão em 5 passos
- Leia o enunciado inteiro; identifique o que é pedido.
- Retorne ao trecho do texto indicado e sublinhe palavras-chave.
- Elimine alternativas claramente erradas (processo de exclusão).
- Aplique a regra gramatical (ou a lógica textual) ao caso concreto.
- Releia a alternativa escolhida com o enunciado para confirmar coerência.
Erros comuns e como evitá-los
- Confiar na “primeira impressão”: marque a alternativa só após confirmar com a regra.
- Não treinar tempo: isso leva a erros por pressa.
- Ignorar a banca: uma regra pode ser cobrada de formas diferentes conforme a banca.
- Estudar só teoria: a gramática sem prática não se transforma em resultado.
Recursos online e gratuitos que eu uso
- Bases de provas oficiais das bancas (Cebraspe, FGV, FCC).
- Sites de notícias e editoriais para treinar interpretação (leitura diária).
- Plataformas de questões gratuitas e apps de flashcards para revisão.
Mini-FAQ — dúvidas rápidas
Quanto tempo por dia devo estudar português?
Depende do seu tempo total de preparação. Se tiver 2 horas/dia, dedique 40% a interpretação, 30% a gramática e 30% a questões e revisão.
Preciso decorar regras de gramática?
Decorar não é suficiente. Entenda a lógica por trás da regra e pratique com exemplos. O “porquê” é essencial.
Qual banca é mais difícil em português?
Cada banca tem estilo: Cebraspe costuma exigir precisão e interpretação literal/implícita; FGV prioriza clareza e análise direta. Consulte provas antigas da banca do seu concurso.
Meu checklist pré-prova (48–24 horas antes)
- Revisão rápida dos principais tópicos (flashcards).
- Resolva 1 simulado curto para calibrar tempo.
- Durma bem e evite revisar novos conteúdos de madrugada.
Conclusão
Português para concursos é uma combinação de técnica, leitura estratégica e treino constante. Foque no que mais cai, estude provas da banca, mantenha um diário de erros e pratique com simulados cronometrados. A consistência vale mais que muitas horas sem direção.
FAQ rápido
- Como começar? — Leia o edital e monte um plano de 30 dias com gramática básica e questões.
- Melhor material? — Use Bechara e Cunha & Cintra para teoria e provas da banca para prática.
- Como melhorar interpretação? — Leia diariamente, faça perguntas ao texto (quem, o quê, por quê, como) e pratique inferência.
E você, qual foi sua maior dificuldade com português para concursos? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo!
Fontes consultadas: arquivos de provas e orientações das bancas — Cebraspe (https://www.cebraspe.org.br) e FGV (https://www.fgv.br). Para contexto jornalístico sobre educação e concursos, consultei também o portal G1 (https://g1.globo.com).