Diálise: o que é, como funciona e tipos

A diálise é um tratamento médico usado para substituir a função dos rins quando eles não estão mais capazes de realizar suas tarefas de forma eficaz. Normalmente, os rins filtram o sangue, removendo resíduos, excesso de fluidos e eletrólitos para manter um equilíbrio saudável no corpo. A diálise realiza essa função de filtragem quando os rins falham. Descubra na Nefromed: Nefrologistas Especializados em Diálise para um Tratamento Renal de Qualidade.

Existem dois tipos principais de diálise:

  • Hemodiálise: Neste método, uma máquina filtra o sangue do paciente. O sangue é extraído do corpo, passa por um filtro na máquina de diálise que remove resíduos e fluidos excessivos, e então é retornado ao corpo.
  • Diálise Peritoneal: Utiliza o revestimento do abdômen (peritônio) como um filtro natural para remover resíduos e excesso de líquidos do sangue. Uma solução de diálise é colocada no abdômen através de um tubo, onde absorve resíduos e é depois removida.

A diálise é necessária quando os rins de uma pessoa não funcionam adequadamente, uma condição conhecida como insuficiência renal. Isso pode acontecer por várias razões, como doença renal crônica, lesão renal aguda, ou certas doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que podem levar à falência renal.

Pessoas que precisam de diálise geralmente apresentam insuficiência renal avançada ou doença renal em estágio terminal (DRET). Em tais casos, os rins perderam a maior parte de sua capacidade de funcionar, o que pode levar ao acúmulo perigoso de líquidos e toxinas no corpo. A diálise ajuda a manter esses pacientes vivos e a melhorar sua qualidade de vida, removendo esses resíduos e mantendo o equilíbrio de eletrólitos e fluidos.

A diálise funciona substituindo algumas das funções dos rins, principalmente a filtragem do sangue para remover resíduos, excesso de fluidos e manter o equilíbrio dos eletrólitos. Vamos detalhar como funcionam a hemodiálise e a diálise peritoneal:

Hemodiálise

  • Acesso ao Sangue: Primeiro, é necessário criar um acesso ao sistema vascular do paciente. Isso pode ser feito através de três formas principais: fístula arteriovenosa (conexão cirúrgica entre uma artéria e uma veia), enxerto (uso de um tubo sintético para conectar artéria e veia) ou cateter (para acesso temporário).
  • Filtração: O sangue é então bombeado através de um tubo para a máquina de diálise, onde passa por um filtro chamado dialisador ou “rim artificial”. Este filtro tem muitas membranas finas que ajudam a remover resíduos, substâncias tóxicas e líquidos em excesso do sangue, sem perder substâncias necessárias.
  • Retorno do Sangue: Após a filtragem, o sangue é devolvido ao corpo do paciente. A máquina de hemodiálise monitora constantemente o fluxo, a pressão e a composição do sangue durante o tratamento.
  • Tempo e Frequência: A hemodiálise geralmente é realizada três vezes por semana, com cada sessão durando em média quatro horas, mas isso pode variar dependendo da situação do paciente.

Diálise Peritoneal

  • Acesso Abdominal: Na diálise peritoneal, um cateter é inserido cirurgicamente na cavidade abdominal do paciente. Este cateter permanece no lugar para facilitar a entrada e saída da solução de diálise.
  • Solução de Diálise: Uma solução de diálise (rica em glicose) é introduzida na cavidade abdominal através do cateter. O peritônio, a membrana que reveste a cavidade abdominal, atua como um filtro natural.
  • Troca de Fluidos: Enquanto a solução de diálise está no abdômen, ela absorve resíduos e líquidos em excesso do sangue que passa pelos vasos sanguíneos do peritônio. Após um período de tempo (geralmente algumas horas), a solução, agora carregada com resíduos e líquidos extras, é drenada de volta para fora do corpo, e uma nova solução de diálise é introduzida para repetir o processo.
  • Tipos: Existem duas formas principais de diálise peritoneal – a Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD), que é realizada manualmente várias vezes ao dia, e a Diálise Peritoneal Automatizada (DPA), que utiliza uma máquina para realizar as trocas durante a noite enquanto o paciente dorme.

Em ambos os tipos de diálise, a seleção do método e a frequência do tratamento são individualizadas, dependendo da condição clínica do paciente, da função renal residual, do estilo de vida, e de outras considerações médicas.

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Cada tipo de diálise oferece diferentes métodos e locais de tratamento, adaptando-se às necessidades e estilos de vida dos pacientes. Vamos explorar os tipos mencionados:

Hemodiálise

  • Hemodiálise em Centro de Diálise: É o tipo mais comum de hemodiálise. Os pacientes vão a um centro de diálise especializado, geralmente três vezes por semana, para as sessões de tratamento que duram em média quatro horas. Nesses centros, profissionais de saúde supervisionam o tratamento, e o equipamento necessário para a hemodiálise é mantido e gerenciado por eles.
  • Hemodiálise Domiciliar: Como alternativa à hemodiálise em centros, alguns pacientes optam pela hemodiálise domiciliar. Este método permite que o paciente faça o tratamento em casa, oferecendo mais flexibilidade em termos de horários e frequência das sessões. É necessário um treinamento especial para o paciente ou para quem vai auxiliá-lo, além da adaptação de uma parte da casa para acomodar o equipamento necessário.

Diálise Peritoneal

  • Diálise Peritoneal Automatizada Contínua (CAPD): Este é um método de diálise peritoneal que não requer máquinas. A troca de fluidos é feita manualmente, várias vezes ao dia. O paciente introduz a solução de diálise na cavidade abdominal através de um cateter, onde ela fica por um período antes de ser drenada. Este método permite mobilidade durante o dia e pode ser feito em casa, no trabalho ou em viagens.
  • Diálise Peritoneal Intermitente Ambulatorial (DPCA): É importante notar que o termo correto é “Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)” e “Diálise Peritoneal Automatizada (DPA)”.
    • DPA: Diferente da CAPD, a DPA utiliza uma máquina chamada cicladora durante a noite enquanto o paciente dorme. A máquina automaticamente enche e drena a cavidade abdominal com a solução de diálise várias vezes durante a noite. Este método é conveniente para pacientes que querem manter suas atividades diárias sem interrupção para trocas de fluidos.

Em resumo, a escolha do tipo de diálise depende de vários fatores, incluindo a condição médica do paciente, estilo de vida, preferências pessoais e recomendações do médico. Cada método tem suas vantagens e desvantagens, e a decisão deve ser tomada em conjunto com a equipe de saúde responsável pelo tratamento.

A diálise é um tratamento vital para pessoas com insuficiência renal avançada, mas, como qualquer procedimento médico, envolve tanto riscos quanto benefícios.

Benefícios da Diálise

  • Remoção de Resíduos e Toxinas: A principal vantagem é a capacidade de filtrar resíduos, excesso de fluidos e eletrólitos do sangue, funções normalmente realizadas pelos rins.
  • Controle de Sintomas de Insuficiência Renal: Ajuda a controlar os sintomas associados à insuficiência renal, como náusea, inchaço, fadiga e fraqueza.
  • Melhora da Qualidade de Vida: Pode melhorar significativamente a qualidade de vida em pacientes com doença renal em estágio terminal, permitindo-lhes viver mais tempo e com mais conforto.
  • Flexibilidade de Tratamento: Dependendo do tipo de diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal), os pacientes podem ter alguma flexibilidade em termos de onde e quando realizam seu tratamento.
  • Apoio Nutricional e Clínico: Pacientes em diálise recebem acompanhamento regular e aconselhamento sobre dieta e estilo de vida, o que pode ajudar a gerenciar melhor a condição renal.

Riscos da Diálise

  • Infecções: O risco de infecções, especialmente no local do acesso vascular na hemodiálise ou do cateter na diálise peritoneal, é uma preocupação significativa.
  • Problemas Cardíacos: Alterações na pressão arterial durante a diálise podem causar problemas cardíacos, incluindo arritmias e, em casos raros, ataque cardíaco.
  • Desbalanços de Fluidos e Eletrólitos: A diálise pode causar desequilíbrios, como hipotensão (baixa pressão arterial) ou desequilíbrios de eletrólitos, que podem ser perigosos se não forem gerenciados corretamente.
  • Fadiga: Muitos pacientes experimentam fadiga após as sessões de diálise, especialmente após a hemodiálise.
  • Restrições na Dieta e no Estilo de Vida: A diálise requer mudanças na dieta e no estilo de vida, que podem ser desafiadoras para alguns pacientes.
  • Problemas Psicológicos: O tratamento pode ter um impacto emocional e psicológico, levando a sentimentos de depressão ou ansiedade.
  • Complicações a Longo Prazo: A longo prazo, os pacientes em diálise podem enfrentar complicações adicionais, como problemas ósseos ou anemia.

A decisão de iniciar a diálise deve ser tomada após uma cuidadosa consideração dos riscos e benefícios, e sempre em consulta com um nefrologista. Para muitos pacientes, a diálise é uma terapia que salva vidas, mas é importante estar ciente das mudanças que ela trará para o cotidiano e da necessidade de monitoramento e ajustes constantes no tratamento.

Viver com diálise representa um grande ajuste na vida de um paciente e de seus familiares. É uma jornada que envolve adaptações no dia a dia, desafios físicos e emocionais, e uma reavaliação das rotinas e prioridades. Aqui estão alguns aspectos importantes da vida com diálise:

Rotina de Tratamento

  • Frequência e Duração: Para pacientes em hemodiálise, as sessões ocorrem geralmente três vezes por semana e cada uma pode durar cerca de quatro horas. Na diálise peritoneal, as trocas de fluido podem ser mais frequentes, dependendo do tipo escolhido.
  • Tempo e Logística: O tratamento consome uma parte significativa do tempo do paciente, incluindo o tempo de deslocamento para o centro de diálise, se aplicável.

Dieta e Restrições de Fluidos

  • Dieta Especial: Pacientes em diálise precisam seguir uma dieta especial para controlar a ingestão de nutrientes como potássio, fósforo e sódio.
  • Limitação de Fluidos: A ingestão de líquidos geralmente é restrita, pois os rins não podem mais remover eficientemente o excesso de fluido do corpo.

Saúde Física

  • Efeitos Colaterais: A diálise pode causar efeitos colaterais como fadiga, dor no local do acesso, hipotensão (pressão arterial baixa), e cãibras musculares.
  • Monitoramento Contínuo: É crucial monitorar a saúde geral, incluindo a pressão arterial, o peso e os níveis de eletrólitos.

Impacto Emocional e Social

  • Apoio Psicológico: Muitos pacientes experimentam desafios emocionais, como ansiedade e depressão. O apoio psicológico é importante.
  • Impacto nas Relações Sociais: A rotina de diálise pode afetar as relações sociais e familiares, exigindo ajustes tanto para o paciente quanto para seus entes queridos.

Vida Profissional e Lazer

  • Trabalho e Educação: Dependendo da gravidade da condição e do tipo de diálise, alguns pacientes podem continuar a trabalhar ou estudar, embora possam precisar de ajustes em seus horários.
  • Atividades de Lazer: Pacientes em diálise são encorajados a manter atividades de lazer e hobbies, adaptando-os conforme necessário para acomodar o tratamento.

Autonomia e Independência

  • Autogestão: Pacientes que realizam diálise peritoneal em casa geralmente têm maior flexibilidade e autonomia.
  • Aprendizado e Adaptação: Aprender a gerenciar a própria condição é um aspecto crucial, incluindo entender a medicação, a dieta e o regime de tratamento.

Consideração de Transplante Renal

  • Transplante como Opção: Muitos pacientes em diálise podem ser candidatos a um transplante renal, que pode oferecer uma alternativa de longo prazo à diálise.

Em resumo, viver com diálise exige adaptações significativas, mas com o suporte adequado e a gestão cuidadosa, muitos pacientes conseguem manter um estilo de vida ativo e satisfatório. É crucial que os pacientes em diálise recebam apoio contínuo de profissionais de saúde, familiares e grupos de apoio.

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FAQ sobre Diálise

  1. O que é diálise e por que é necessária?
    • Diálise é um tratamento médico que substitui algumas funções dos rins, como filtrar resíduos e excesso de fluidos do sangue. É necessária quando os rins estão danificados ou falham (insuficiência renal).
  2. Quais são os principais tipos de diálise?
    • Os dois tipos principais são a hemodiálise, que usa uma máquina e um filtro especial para limpar o sangue, e a diálise peritoneal, que usa o revestimento do abdômen para filtrar o sangue com uma solução especial.
  3. Quanto tempo dura uma sessão típica de hemodiálise?
    • Uma sessão típica de hemodiálise dura cerca de quatro horas e é geralmente realizada três vezes por semana.
  4. A diálise peritoneal pode ser feita em casa?
    • Sim, a diálise peritoneal é frequentemente realizada em casa, podendo ser manual (CAPD) ou automatizada (DPA).
  5. Quais são os riscos associados à diálise?
    • Os riscos incluem infecções, desequilíbrios de fluidos e eletrólitos, problemas cardíacos, fadiga, restrições dietéticas e possíveis complicações emocionais ou psicológicas.
  6. A diálise cura a doença renal?
    • Não, a diálise não cura a doença renal; ela substitui algumas funções dos rins, mas não repara os danos renais existentes.
  7. Como a diálise afeta a dieta?
    • Pacientes em diálise geralmente precisam seguir uma dieta restrita, limitando nutrientes como potássio, fósforo e sódio, e controlando a ingestão de líquidos.
  8. Pessoas em diálise podem trabalhar ou estudar?
    • Muitos pacientes em diálise continuam a trabalhar ou estudar, embora possam precisar de ajustes em seus horários para acomodar o tratamento.
  9. Qual é o impacto emocional da diálise?
    • A diálise pode ter um impacto significativo na saúde emocional e mental, levando a sentimentos de ansiedade, depressão e mudanças na autoimagem.
  10. Existe a possibilidade de sair da diálise?
    • A única alternativa de longo prazo à diálise é o transplante renal, para o qual os pacientes devem ser avaliados e considerados aptos.

Este FAQ oferece uma visão geral sobre vários aspectos da diálise, mas é importante que os pacientes discutam suas condições e preocupações específicas com seus profissionais de saúde.

Conclusão Abrangente sobre Diálise: Entendendo o Tratamento e Adaptando-se à Vida com Ele

Em conclusão, a diálise é um tratamento essencial para pessoas com insuficiência renal significativa, oferecendo uma substituição vital para as funções dos rins. Com dois métodos principais disponíveis – hemodiálise e diálise peritoneal – os pacientes têm opções para escolher o tratamento que melhor se adapta ao seu estilo de vida e condição médica.

A hemodiálise, frequentemente realizada em centros especializados ou em casa, utiliza uma máquina para filtrar o sangue. A diálise peritoneal, por outro lado, utiliza o peritônio do paciente como um filtro natural, com opções para trocas manuais ou automatizadas. Ambos os métodos têm como objetivo remover resíduos, excesso de fluidos e manter o equilíbrio dos eletrólitos no corpo.

Embora a diálise ofereça benefícios significativos, como a melhora da qualidade de vida e o controle dos sintomas da insuficiência renal, ela também vem com desafios. Estes incluem a necessidade de uma rotina rigorosa de tratamento, restrições dietéticas, potenciais efeitos colaterais físicos e emocionais, e a necessidade de adaptações na vida pessoal e profissional.

A vida com diálise exige uma adaptação significativa, mas com o suporte adequado, muitos pacientes conseguem manter um estilo de vida ativo e satisfatório. O tratamento não é uma cura para a doença renal, mas uma maneira de gerenciar a condição e prolongar a vida. Para muitos, o transplante renal permanece como uma opção de longo prazo, oferecendo a possibilidade de uma vida livre de diálise.

No final das contas, a diálise é mais do que um tratamento médico; é um ajuste de vida que requer comprometimento, adaptação e suporte contínuo de profissionais de saúde, familiares e comunidades de apoio.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1lise#:~:text=Di%C3%A1lise%20%C3%A9%20o%20processo%20de,filtro%20de%20hemodi%C3%A1lise%20ou%20capilar).

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